RIQUEZA CULTURAL

Carro de boi, engenho, rapadura, cruz de papel crepom na porta das casas, uma lamparina que resistiu ao tempo e continua posicionada no possível lugar para maior iluminação. Uma vassoura de mato para limpar o “terrero”, um moinho de fubá que se movimenta com a força d´água. Um cardápio precioso feito no fogão de lenha. Um “causo”, bem contado pelo sertanejo que vive nas redondezas... sim esse lugar ainda existe e é o maior sinônimo de cultura viva que já pude ver.

Cada canto do nosso país possui uma forma de identidade cultural e a que citei, digo com orgulho que, se refere às minhas origens. Uma cidade com aproximadamente 5 mil habitantes, que quase não se enxerga no mapa: Amparo do Serra, há uns 40 minutos de Viçosa, em Minas Gerais, é a cidade natal dos meus pais!
Lógico que não posso me furtar ao direito de mencionar que entre riquezas culturais o estado de Minas está entre os destaques de nosso país, com uma cultura rica, abundante e bela. E voltar a esse cantinho que mencionei me proporcionou um estado de fruição e reflexão aos valores atuais da nossa sociedade do ter e não do ser!
Exatamente isso: SER....
As pessoas gostam de ser assim, de viver assim, apesar do desenvolvimento econômico não ser grande, pergunte a qualquer pessoa com mais de 30 anos se gostaria de vir morar em São Paulo, por exemplo, e a reposta com certeza será negativa.
Mesmo conhecendo todas as intervenções tecnológicas e outras capitais, via televisão, a mudança não é aspiração da maioria dos moradores. Claro que o medo também toma conta, mas acredito que eles reconhecem e dão valor à riqueza do lugar em que vivem!!!!

Me entristece ver a opinião de quem não vive lá e se refere ao lugar como parado no tempo....
Bem, agora peço desculpas aos leitores desse blog, pois a cidade não conta com Lan houses para acesso à net. E quer saber? Adorei esse, digamos, exílio temporário das tecnologias!!!