06 junho 2006

À mulher
A boneca, primeira companheira
A inocência, amiga certeira
O primeiro beijo e o início do sentimentalismo
O conhecimento da fragrância da vida

Mulher que fecunda, que cuida
Dá colo e aleita
Consola e acredita
Que chora e renuncia

Que emana beleza
Oh, feminilidade!
Que seduz e deixa-se seduzir
Que encanta e que arruina o coração de outrem

Mulher: essência da vida e de vida uma inocência
Pois é, as vezes eu escrevo alguma coisa que não se pareça com um lead!
"Um cão ladra, carinhosamente, outro responde do outro lado do riacho que, límpido, vai correndo mansamente, tornando mais roliças as pedras brancas do fundo do leito, de espaço a espaço, formando pequenas lagoas transparentes onde algumas donzelas, recém-saídas da puberdade, banham (acompanhando-se por cascatas de risos inocentes) os belos corpos nus. Jogam água uma nas outras, molhando os cabelos fartos, os seios hirtos, as pernas torneadas, tornando mais róseo, quando o sol reverbera sobre as gotas d'água, o tom já róseo e cheio de vigor da pele nova e plena de saúde."
(Millôr Fernandes em O PASQUIM - nº22, novembro de 1969)
PS: Embora seja o trecho de uma crítica à conjuntura da época, achei que se encaixou no post de hoje.)
:o)

Nenhum comentário: